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Pressão alta: aumenta número de crianças com o problema

Dado foi apontado por pesquisa realizada com crianças e adolescentes norte-americanos

A prevalência de pressão alta entre crianças está aumentando. É o que aponta uma pesquisa publicada este mês no jornal científico da Associação Americana do Coração. O estudo comparou um grupo de 3.248 crianças e adolescentes examinados no início da década de 90 e outro grupo de 8.388 crianças examinadas ao longo dos anos 2000.

Entre os meninos, a incidência de pressão alta passou de 15,8% para 19,2%. Já entre as meninas, a porcentagem aumentou de 8,2% para 12,6%. Mas é preciso fazer uma ressalva: essas crianças não necessariamente podem ser classificadas como hipertensas, já que, para diagnosticar esse problema, os médicos precisariam medir três vezes a pressão de cada uma delas, o que não aconteceu durante o estudo.

Outro dado preocupante da pesquisa é que, nos dois grupos, mais de 80% dos pacientes consumiam mais de 2,3 g de sal diariamente – a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de até 2 g. O consumo excessivo de sódio contribui para o aumento da pressão.

De acordo com Vera Koch, nefrologista pediátrica e membro da Sociedade Brasileira de Hipertensão, o aumento dos problemas de pressão em crianças está diretamente relacionado ao sobrepeso e à obesidade infantil. “Nessa população, temos visto não só a hipertensão, mas outras alterações graves no metabolismo, como gordura no sangue, resistência periférica a insulina (o primeiro passo para a diabetes tipo II) e alterações na função renal. O fato de a criança estar obesa coloca todo o organismo em desequilíbrio”, diz. Por conta disso, problemas que antes só eram coisa de adulto começam a aparecer em crianças e adolescentes.

Portanto, para frear esse aumento de pressão alta e tantas outras doenças que começam a dar as caras nos consultórios pediátricos, seria preciso, em primeiro lugar, resolver a obesidade infantil. Como? Bom, você já sabe: oferecendo alimentação balanceada e oportunidades de praticar exercícios. Para as mães que trabalham ou moram em grandes centros urbanos, que raramente oferecem bons lugares para a criança brincar e correr de forma segura, o desafio é um pouco maior. Mas não impossível! Separamos algumas dicas caso você esteja disposta a tentar fazer mudanças na rotina:


O papel da escola

Não importa se o seu filho estuda em uma instituição privada ou pública. É lá que ele vai passar boa parte do dia, o que significa fazer pelo menos uma refeição. Por isso, é dever da escola oferecer uma merenda saudável, que exclua alimentos gordurosos, industrializados ou muito salgados e inclua opções de carboidratos, proteínas, legumes, verduras e frutas. A cantina também precisa ter opções saudáveis e incentivar seu consumo - não adianta nada a maçã ficar escondida no fundo do balcão. Se isso não acontece, você pode (e deve) conversar com a coordenação. O mesmo vale para educação física: a disciplina é componente curricular obrigatório na educação básica.
 

Mexa-se!

O senso comum diz e pesquisas já comprovaram que o incentivo à atividade física começa pelo exemplo dos pais. Uma dica é fazer isso de forma descontraída, como passear de bicicleta aos finais de semana ou ir andando para a escola, caso ela fique a uma distância razoável da sua casa. Se seu filho gosta de natação, por exemplo, tente encontrar uma academia onde ele possa nadar e você consiga tirar pelo menos meia hora para fazer um exercício também.

Maneire no sal

Brasileiros têm o hábito de cozinhar com muito sal. Assim, fique de olho na quantidade que você coloca no preparo da comida da sua família, o que deve começar desde a primeira papinha. Nesta, aliás, você nem precisa acrescentar sal se não quiser, basta apostar em temperos, como salsinha, manjericão e cebolinha, para realçar o sabor.

Evite industrializados e fast food

Calma, não estamos falando que você precisa banir esses alimentos da sua casa. Mas reduzir seu consumo já é um bom começo. Restringir refrigerante só para os finais de semana, fazer sucos naturais em casa sempre que possível (os de caixinha costumam ter muito açúcar), diminuir o consumo de congelados são atitudes possíveis. Pense bem: uma massa fresca demora quase o mesmo tempo para cozinhar que um macarrão instantâneo e um molho feito na hora é muito mais saudável do que aquele tempero em pó.
 

Disponibilize alimentos saudáveis

Ofereça mais variedades de legumes, verduras e frutas na sua casa. Deixe também esses alimentos mais atrativos: você pode montar desenhos com eles antes de servir ao seu filho. Levar a criança ao supermercado ou à feira, para que ela escolha o que mais lhe apetece, também vai deixar os alimentos muito mais interessantes.
 

Doença silenciosa


A hipertensão costuma ser uma doença silenciosa. No caso de crianças, é muito difícil que algum sintoma se manifeste. Por isso, é importante sempre aferir a pressão nas consultas de rotina depois que seu filho completar 3 anos. Antes disso, de acordo com a pediatra Maria Cristina de Andrade, do Hospital Infantil Sabará (SP), só se a criança for cardiopata, tiver ficado em UTI neonatal ou apresentar histórico de hipertensão e doenças renais na família. Para realizar a medição corretamente, a criança precisa estar tranquila, com a bexiga vazia e não ter usado medicamentos ou ingerido alimentos com cafeína, que alteram a pressão.


Tratamento


Assim que a causa da alteração na pressão for identificada, é preciso tratá-la. “A longo prazo, a hipertensão vai lesando todos os órgãos”, afirma Maria Cristina. Se o problema for o excesso de peso, na maioria dos casos é possível reverter o quadro com uma dieta equilibrada e atividades físicas na rotina.

LINK DA MATÉRIA: 
https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2013/07/pressao-alta-aumenta-numero-de-criancas-com-o-problema.html

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